Moto usada na execução de empresário de Uberlândia foi escolhida e furtada para facilitar fuga, diz polícia
08/10/2025
(Foto: Reprodução) Comerciante é morto a tiros no Bairro Brasil, em Uberlândia
A motocicleta usada na execução do empresário Douglas Vieira Silva, de 28 anos, foi furtada dois dias antes do crime e escolhida estrategicamente para facilitar a fuga dos criminosos em Uberlândia. A informação foi divulgada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (8), durante coletiva de imprensa para apresentar os resultados da primeira fase da operação conjunta com a Polícia Militar (PM).
O empresário foi assassinado a tiros no dia 22 de setembro, no Bairro Brasil. O Corpo de Bombeiros foi chamado por volta das 16h e encontraram o jovem com diversas perfurações no peito, nos braços e nas pernas.
Segundo o delegado de Homicídios Carlos Fernandes, nesta primeira fase das investigações, a polícia identificou o grupo criminoso que foi o responsável pelo furto, que ocorreu no Bairro Tibery, no dia 20 de setembro, por um grupo especializado em “michar”, prática que consiste em ligar o veículo com chave falsa.
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Após a subtração, o veículo foi escondido e repassado no mesmo dia ao grupo responsável pela execução de Douglas.
"Essa primeira fase, basicamente, ela é referente à participação material que foi utilizada. Foi montada toda uma organização para que subtraísse essa motocicleta. Teria que ser uma motocicleta acima de 150 cilindradas para facilitar a fuga. O pessoal disse que seria utilizada no homicídio de um empresário. Então, a gente conseguiu identificar cinco pessoas envolvidas no furto", explicou o delegado.
A motocicleta foi rastreada por meio de imagens de câmeras externas, já que os equipamentos da empresa da vítima não estavam gravando no momento do crime.
Cinco pessoas foram identificadas por envolvimento no furto do veículo, sendo quatro adultos e um menor. Eles receberam R$ 1,2 mil pelo serviço.
Três foram presos mediante mandado de prisão preventiva na terça-feira (7) e uma mulher está foragida. O menor não foi apreendido, pois o ato infracional não envolveu violência ou grave ameaça.
Motivação do assassinato ainda é investigada
Ainda conforme o delegado, no dia do crime, o autor dos disparos chamou pela vítima antes de atirar, o que reforçou a hipótese de execução. "A gente viu já de primeiro ali que se tratava de uma execução, até por conta da quantidade de disparos que foram efetuados. O autor chegou e já chamou pela vítima", comentou o delegado.
A polícia trabalha com duas linhas de investigação sobre a motivação do crime, mas elas foram mantidas em sigilo para não comprometer o inquérito.
Até o momento, nenhum integrante do grupo executor foi preso.
A operação também resultou na apreensão de celulares que podem ajudar a identificar o mandante do homicídio.
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Quem era o empresário Douglas Vieira
Dentre os adjetivos escolhidos para relembrarem Douglas, os amigos ressaltam como ele era um bom companheiro, um homem da igreja e um verdadeiro gentleman.
Segundo testemunhas, o suspeito chegou à empresa de Douglas, chamou pelo nome da vítima e em seguida disparou. A Polícia Militar (PM) busca pelo criminoso.
"Ele era maravilhoso, um menino da igreja, incrível. Estamos todos abalados e chocados com o que aconteceu, jamais poderíamos imaginar", lamentou uma amiga, que não quis se identificar.
Douglas se formou em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ele abriu a empresa do ramo de piscinas em abril de 2025.
A avó dele teve uma parada cardíaca ao receber a notícia da morte do neto e chegou a ficar hospitalizada.
Ele era casado com Dálete Gomes há seis meses, mas estavam juntos há mais de 10 anos. Ele também deixa os pais, avós e dois irmãos.
"Ela está muito abalada, pouco fala. Eles se conhecem desde os 14 anos, estão juntos desde então e ela diz que não sabe como irá viver sem ele", afirmou outro amigo, que também não quis se identificar.
Douglas Vieira Silva
Reprodução/Redes Sociais
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